segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Estranho? Ou consequências da evolução?!

Um fenômeno estranho aconteceu neste fim de semana: O filme Tropa de Elite, que estreou na sexta somente em São Paulo e Rio, levou aos cinemas cerca de 180 mil espectadores no seu primeiro fim de semana. Foram 140 cópias exibidas em 171 salas, o que dá uma média de 1.052 espectadores por sala. Considerando essa média, foi o melhor final de semana de estréia de filme nacional neste ano, nos dois mercados principais do país.

Mas o curioso, e que todos vocês já sabem, é que o filme teve sua estréia antecipada devido à pirataria. Antes de sua estréia no cinema, ele já havia sido visto por 19% dos paulistanos, segundo pesquisa do Datafolha realizada no dia 4 de outubro. Segundo uma projeção, isso significa que 1,5 milhão de pessoas. Especialistas acham que esse número deve ser muito maior no Rio de Janeiro, pelo filme se passar na cidade.

Muitos lutam contra a pirataria afirmando que ela tira todos os direitos que o artista têm. Como alguém se acha no direito de copiar uma obra gratuitamente, ou vendê-la, e os responsáveis por ela não lucram com nada. Eu concordo com essa afirmativa, mas não há dúvidas que as políticas relacionadas à indústria fonográfica e cinematográfica devem ser revisadas.

Como leiga no assunto, uma pessoa desprovida de qualquer embasamento teórico para uma discussão profunda, deixo apenas minha opinião: muito dinheiro rola por trás dessas indústrias, o que as tornam muitas vezes inacessíveis não apenas ao povão, mas a universitários que recebem um salário simbólico em seus estágios, ou donas de casa desesperadas com o orçamento. A pirataria é uma forma de acesso à essas pessoas - e a alguns preguiçosos também - ao cinema, a música e outras coisas. Outro aspecto que não pode ser mais negado é que a tecnologia está abrindo portas para isso, e esse mercado deve se adadpar a ela, para que ambos os lados saiam lucrando. Vocês não acham que está na hora de reduscutir esse assunto e tomar medidas efetivas?

Finalizando, o filme Tropa de Elite mostrou, apenas em seu fim de semana de estréia, que a tecnologia pode ser uma grande aliada para o sucesso da indústria cinematográfica. O que ocorreu com o filme, se esse mercado já estivesse procurando formas de se adaptar, poderia não ser visto como pirataria, poderia, de repente, nem ter sido pirateado. Acabou sendo uma publicidade, e não uma pedra no caminho do sucesso.


A tecnologia está aí, e o mundo deve se adaptar, em vez de fazer uma caça às bruxas. Até quando fecharemos os olhos para a verdade?



4 comentários:

Anônimo disse...

Gostei da matéria! Duvido que nos dias de hoje, exista alguem que nunca comprou algo pirata!Não sou nem um pouco a favor pois, nada bate um autentico CD, filme ,jogos etc,porem, existe muita gente que gostaria de poder ir à um cinema e infelizmente, não pode por pura falta de dinheiro, e acaba comprando um pirata, de baixíssima qualidade, mas no momento, supre a vontade de ir ao cinema.Então pessoal das respectivas industrias: Vamos repensar ? Vamos tentar usar mais a tecnologia e quem sabe , até ganhar mais dinheiro?Pensem.

Anônimo disse...

Sem duvida uma materia polemica. Mas acredito que existem muitos outros aspectos alem do avanco tecnologico e da necessidade dos desprovidos de capital.
Ha homens graudos por tras do crime organizado de roubo de cargas por exemplo. Politicos, autoridades, ate mesmo grandes empresarios, que desfrutam da boa viada com dinheiro obtido com as atividades ilicitas. Portanto, sera que a solucao e' liberar geral? Ou voltar ao velho cliche de que devemos investir na educacao para que cada vez mais pessoas tenham acesso a esse tipo de cultura que hoje em dia fica alem do orcamento?
A fome justifica o roubo? Eu diria que nao. Apesar de saber que pessoas precisam comer. Da mesma forma, a vontade e necessidade de ter acesso a mesma cultura que todos justifica a pirataria? Fica a polemica.

Patrícia Schiaveto disse...

Eu concordo com você Mel!
Não discuto se está certo ou não piratear, mas, creio num melhor aproveitamento da nossa tecnologia. O que aconteceu com esse filme só mostra que é possível, a preços mais acessíveis, a obtenção desse tipo de mídia.
Fica aí a polêmica para os responsáveis por essa indústria que tanto ganha...

Nathália Fuzaro disse...

Fecharemos os olhos para a tecnologgia até quando for interessante para os que lucram com isso. A nós, resta aproveitar o livre acesso - quem não pode -, e respeitar o trabalho dos outros quem pode!