quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Ditadura democrática das idéias

Háa.. a vida é mesmo engraçada. Estava há dias pensando no porquê de as coisas no Brasil não darem certo - se hoje parece que existem mais pessoas engajadas a mudar tudo o que aqui dá errado - quando o assunto da semana surgiu: Luciano Huck fora assaltado e fez um desabafo em uma coluna na Folha de São Paulo . Esta, por sua vez, repercutiu mais ainda ao dar espaço a opiniões de famosos e gente indignada com o que o apresentador escreveu.
Só tive a oportunidade de ler a referida coluna no exato momento, e parece-me que esta uniu meus pensamentos, todos confusos e vagantes. Hoje não explicitarei meu ponto de vista com estatísticas de propósito e por dois motivos: primeiro porque no post abaixo já constam dados suficientes sobre violência; e segundo porque quero mostrar a seqüência de fatos que falam, por si só, e mais que qualquer número, que a ocorrência de tais fatos definitivamente “não está certo”.
A começar por um filme que, antes de sua estréia, já havia sido pirateado e cujo tema explicita a violência recorrente no Brasil. Seguem-se o assalto ao apresentador e o lançamento da revista da Mônica Veloso – sucesso de vendas. Contudo, o que mais me impressionou foi o estrondoso número de críticas pejorativas que Huck levou. E porque? Porque se indignou com o que aconteceu com ele!
Este, infelizmente, não é um fato isolado. Ultimamente, todos que tentam abrir a boca para elucidar suas idéias levam chumbo. Certos ou errados, isso não vem ao caso. Não cabe julgar ou acatar suas opiniões, mas também não cabe desmoralizar todos aquele que tentam fazer algo para mudar a situação caótica em que se encontra o país. Estamos vivendo uma ditadura democrática das idéias, na qual não é permitido revoltar-se e os próprios fiscais de sua efetividade somos nós.

Já havia pensado que não há graça em um gritar “cansei” e outro responder “peidei” – se o primeiro se referia a uma questão not so funny! -, quando li o desabafo na coluna. Uma frase em particular destacou-se e toma o mérito por toda essa iniciativa: “Pensando, cansado ou peidando, hoje posso dizer que sou parte das estatísticas da violência em São Paulo”.
Somos todos estatísticas... e todos temos o direito de nos expressar, revoltar, instigar... Julgar e criticar, na nossa situação, só nos causará mais mal. Ter razão, na atual conjuntura, não é lá tão relevante... provocar mudanças o é! E há tempos...
Há tempos precisa-se provocar, como a Melissa, a Bárbara, a Renata e a Patrícia fizeram... Concordando ou não com suas opiniões, devemos, no mínimo, respeita-las. Assim como ao Huck, ao João Dória Jr. e a todos que quiserem fazer algo por nós. Deixemo-nos nos ajudar!

“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.” (Martin Luther King)

O que, afinal, te preocupa?

2 comentários:

Anônimo disse...

Navegando sem destino aqui pela net, acabei 'tropeçando' bi seu blog... gostei primeiro do triplo 'I' de interesses... só pra combinar, eu diria idem, idem, idem pra ti... ;o)
Gostas de esportes tb? Adoraria receber sua visita no meu blog (http://beijingolimpica.blogspot.com/) e umas palavrinhas deixadas como rastro de paz... te esperuuu...
Bj, abraço e aperto de mão...
Tato (o Everton)

Anônimo disse...

A gente vive numa sociedade como a dos macaquinhos da foto: um finge que nao vê, outro finge que nao ouve e o ultimo finge que nao fala; quando alquem tenta ser diferente disso e realmente opinar, entender ou explicar o que acontece os outros macaquinhos se revoltam... viva a hipocrisia !!! (ironia...)